FAÇA-SE LUZ 

 

(Publicada em 25 de fevereiro de 1.995) 

É uma história simples, ocorrida em minha casa, e teve como testemunhas eu, meu irmão e um amigo nosso.

Estávamos conversando na sala, uma tarde quente de terça-feira. A companhia energética havia cortado o fornecimento de eletricidade há umas duas horas. Num determinado momento da conversa eu me lembrei de verificar novamente se o fornecimento de energia havia sido normalizado, pois eu queria ligar o rádio. Fui até o interruptor da sala e o apertei. Nada de luz. Em tom de brincadeira, meu irmão e o amigo nosso comentaram que pelo visto a energia não havia retornado. Também em tom de brincadeira, comentei que o interruptor da sala poderia estar estragado, e que eu checaria então o interruptor de meu quarto, bem ao lado da sala.

Do interruptor da sala até o interruptor do quarto não gastei mais do que três segundos. Novamente, nenhuma Luz. Ainda em tom de brincadeira, eu disse que o interruptor de meu quarto também poderia estar estragado, o que me levou à decisão de ligar o equipamento de som, localizado bem próximo ao interruptor de meu quarto, num canto da sala. Seis ou sete segundos após constatar que a luz em meu quarto não havia brilhado, apertei a tecla ON do aparelho de som. Para surpresa geral de nós três, o aparelho, um típico três em um, havia sido ligado.

Nossas caras de abobalhados traduziam a pergunta que nos fizemos num ínfimo instante. Mas como? Como poderia ser? Nenhum dos interruptores havia funcionado. Rapidamente, corri até o interruptor da sala e o religuei. Aí, sim, havia luz. No quarto, idem.

Essa é a história. O que nela me chamou a atenção foi o fato de que o tempo gasto entre apertar os dois interruptores e apertar a tecla do som foi mínimo, principalmente se considerarmos o tempo gasto entre o segundo interruptor e a tecla do som. Justamente nesse pequeno intervalo a energia foi religada. Lembro-me que na ocasião comentamos que esse era o tipo de história que, se contada, não mereceria crédito. Também isso me levou a contá-la. Acredite nela. É verdadeira.

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